Fala galera, tudo tranquilo?
Nesse review irei analisar o Biostar SSD S100, que se trata de um modelo pertencente a uma das linhas de SSDs do fabricante, usando ‘interface’ SATA e form-factor de 2,5”, oferecendo capacidades que vão desde os 120 GB até os 512 GB, onde a unidade analisada é a de 240 GB.
Em relação à caixa, na frente, ela traz uma ilustração do produto, além de detalhes básicas como a ‘interface’ utilizada e a capacidade, enquanto na parte traseira, existem mais especificações do produto e informações em inglês e mandarim. O SSD vem muito bem protegido por uma carenagem plástica e um saco anti-estático e acompanha um guia de instalação rápida.
Sobre o SSD, a carcaça é de plástico preta com a logomarca do fabricante de um lado e uma etiqueta identificando o modelo e capacidade no outro. Sobre a fixação das partes do “chassis”, ele é apenas encaixado nas laterais, portanto, não usa parafusos para fixação. Relevante destacar que abrir esse SSD anula a garantia com o fabricante.
Dos componentes utilizados, a Biostar optou pela controladora Marvell 88NV1120, que se trata de uma controladora dual core equipada com dois núcleos ARM Cortex R5, fabricada em 28 nm e “DRAM-Less”, sendo que ela oferece suporte a diversos tipos de NAND como as TLC planares, 3D TLC e 3D MLC.
Por ser tratar de um SSDs “DRAM-Less”, é necessária a implementação de alguma solução para compensar a falta da DRAM, afinal de contas, ela é usada para armazenar uma espécie de “mapa dos endereços de memória” para o SO saber onde as informações estão gravadas no SSD e quando ela não é presente, é normalmente usada a própria NAND para isso.
O grande problema dessa “solução” é que a memória NAND é mais lenta que a RAM e a sua “vida útil” , também chamada ‘Endurance’, é algo em função do número de escritas realizadas, o que significa que simplesmente utilizar a NAND para isso vai acabar comprometendo o SSD em duas frentes: desempenho e durabilidade.
Para mitigar esse “efeito” indesejado, os fabricantes das controladoras adotam diferentes estratégias, onde a mais usual é o chamado “SLC Cache”, que consiste separar um pedaço da NAND que será usado como um cache de escrita, onde ele irá trabalhar como se fosse “SLC”, ou seja, gravando em apenas 1 bit da célula, o que efetivamente dá um “boost” no desempenho do SSD com um compromisso muito menor na durabilidade. É evidente que essa abordagem apresenta limitações, por exemplo, se você estiver lidando com arquivos muito grandes ou se a unidade estiver cheia, então o desempenho tende a despencar.
Em relação às memórias NAND adotadas, elas estão marcados com o código “TS5512G173“, o que remete as Micron B27B. Os chips usados nesse SSD em específico são 3D TLC de 96 camadas com densidade de 512 Gb/chip, ou seja, 64 GB/chip, o que como pode ser visto nas fotos abaixo, significa que esse modelo possui 4 NANDs.
Por fim, caso alguém venha a se interessar, nesse link pode ser encontrada a página do produto.
- Configuração utilizada:
CPU: AMD Ryzen 5 3600 (Obrigado AMD!)
MOBO: ASUS TUF X570-PLUS/BR (Obrigado Terabyteshop!)
RAM: 2x8GB Crucial Ballistix Sport LT 3200CL16 (Obrigado Terabyteshop!)
GPU: GIGABYTE RX 5500 XT 8 GB (Obrigado Terabyteshop!)
PSU: Seasonic M12II Bronze 750W
COOLER: XPG Levante 240 (Obrigado XPG!)
SSD: BIOSTAR SSD S100-240 GB SATA (Obrigado Terabyteshop!)
Software: Windows 10 x64 21H1, Anvil Storage Utilities V110, Crystalmark 7.0.0 x64, DiskBench, FFXIV Shadowbringers Benchmark, HD Tune Pro 5.75 e PCMark10.
Objetivo dos testes: Aferir o desempenho do SSD em diversos benchmarks que simulam diferentes condições de uso. Para obtenção desses números, o SO está instalado em outra unidade enquanto no SSD de teste foram instalados apenas o PCMark10, o FFXVI Benchmark e a cópia da pasta do GTA V.
Maiores detalhes acerca dos testes estão contidos nos textos que acompanham os resultados a seguir.
Resultados:
Para melhor organização dos resultados, os benchmarks foram separados em “Testes do mundo real” e “Benchmarks sintéticos”, onde os primeiros tendem a simular o uso normal do PC, ou seja, tempos de carregamento de aplicações, jogos e cópia de arquivos, enquanto o segundo grupo, o dos “Benchmarks sintéticos”, mostram números de desempenho em leitura/escrita/IOPS em algumas situações usando tipos de dados pré-definidos.
- Testes do “mundo real”:
Foram feitos os seguintes testes:
- DiskBench: Essa ferramenta permite mover um arquivo ou pasta de um lugar para o outro e salvar o tempo que levou para isso assim como a taxa de transferência média, no caso, visando simular uma situação de uso real fazendo backup da pasta de instalação de um jogo, foi escolhido a do GTA V da EPIC Store que possui “apenas” 89 GB e foi copiada dentro da mesma unidade, em outras palavras, foi feito uma cópia do ‘G:\GTAV’ para o ‘G:\Diskbench’.
- FINAL FANTASY XIV: Shadowbringers Benchmark: Esse teste inclui além dos resultados gráficos, os tempos de loading de cada cena, o que é interessante, pois essa ferramenta dispensa o uso de um cronômetro externo, que seria uma fonte de “imprecisão” nos resultados.
- PCMark10: Uma “run” customizada apenas com o subteste “App Start-Up Score”, que basicamente mede o tempo de carregamento de uma série de aplicações de produtividade como OpenOffice, GIMP, Chromium e Firefox tanto para partida “fria”, que é a primeira vez que o aplicativo é aberto e uma segunda partida “quente”, que é após a “fria” e normalmente é mais rápida por conta do sistema já ter armazenado muita coisa em cache. Ao fim, ele retorna uma pontuação que pode ser usada para comparar diferentes SSDs.
O SSD da Biostar acabou na lanterna nos testes que medem tempo de loading, com uma diferença de pouco menos de 2s no FFXIV, o que no mundo real não é algo lá muito significativo, apesar de parecer nesse contexto dos benchmarks, contudo, no Diskbench, ele surpreendeu, superando com folga os demais SSDs SATA “DRAM Less” que foram testados aqui no site, excedendo por um pouquinho os 100 MB/s na taxa de transferência.
- Benchmarks sintéticos:
Antes de apresentar os resultados nos benchmarks sintéticos, é necessário esclarecer que os fabricantes de SSD de forma geral costumam rotular as especificações de seus SSDs usando escrita/leitura sequencial como parâmetro, entretanto, mesmo que se trabalhe com arquivos grandes, toda vez que você abre uma aplicação, o SO também acessa diversas DLLs necessárias para o funcionamento desse programa, sendo que essas costumam ser pequenas em tamanho e correspondem a leituras/escritas aleatórias em arquivos de até 16 KB.
Em outras palavras, se o seu uso para o PC for algo como navegar na internet, ouvir música ou mesmo jogar, deve-se prestar muita atenção nos resultados de leituras/escritas aleatórias até 16 KB, pois essa é a operação que você mais utiliza, portanto, com maior impacto no “uso real”.
Caso alguém tenha interesse em verificar em tempo real essas operações, sugiro utilizar o software DiskMon, que é uma ferramenta gratuita disponibilizada pela Microsoft que monitora essas operações e permite a gravação de log para posterior análise dos dados. Também recomendo a leitura desse excelente artigo do pessoal do thessdreview, que aborda justamente essa questão.
A respeito dos benchmarks sintéticos, foram utilizados os seguintes softwares:
- Anvil Storage Utilities: Esse software faz uma série de testes de leitura/escrita e retorna os resultados em termos do IOPS (operações de entrada/saída por segundo), tempo de resposta, MB lidos/escritos, MB/s e uma pontuação geral que pode para ser comparado com outros SSDs. Ele também permite ajustar o tipo de dado a ser utilizado, sendo que os resultados aqui utilizados se referem a configuração padrão do software (dados 100% incompressíveis e arquivo de testes de 1 GB).
- Crystalmark 7.0.0 x64: Esse benchmark usa dados aleatórios, faz testes de leitura/escrita sequenciais e em blocos de até 4 KB. Também é importante frisar que os resultados aqui apresentados não são de todo comparáveis com as versões anteriores do Crystalmark, o que exige cautela na hora de se fazer comparações.
- Iometer 1.1.0: Para tentar identificar a proporção do disco alocado para “SLC Cache”, foi utilizado o Iometer configurado para fazer 100% de escritas sequenciais, o que na maior parte dos casos deve ser suficiente para descobrir como o fabricante configurou o “SLC Cache” da unidade e caso não seja, o software oferece flexibilidade nos ajustes para se tentar outras configurações.
Novamente, nos benchmarks sintéticos, a situação foi novamente muito semelhante àquela encontrada em parte dos “testes do mundo real”, onde a unidade da Biostar acabou ficando na lanterna, porém…
…No Iometer, é possível ver que o “SLC Cache” cobriu cerca de 60 GB, apresentando desempenho máximo nessa situação, com uma taxa de transferência de cerca de 430 MB/s, caindo para algo como 150 MB/s até uns 106 GB e por fim, chegando a velocidade nativa desse SSD, que ficou entre 75 e 80 MB/s, o que dentre os modelos SATA que foram testados com a atual metodologia, esse de longe foi o que apresentou o melhor resultado aqui, o que explica o bom desempenho no Diskbench.
- Conclusão:
Diantes dos testes e resultados apresentados, foi possível chegar nos seguintes pontos:
O Biostar SSD S100-240GB em alguns benchmarks acabou apresentando números de desempenho aquém aos das demais unidades SATA “DRAM Less” de capacidade semelhante testadas aqui no site, porém, ele acabou se destacando no Diskbench, apresentando taxa de transferência acima dos 100 MB/s, o que foi bem superior aos outros SSD’s SATA “DRAM Less” que foram testados com essa mesma metodologia.
Em relação ao preço, nesse momento (26/9/2021) o Biostar SSD S100-240GB está disponível na Terabyteshop por R$269.90, o que para o mercado brasileiro é um preço bastante razoável para um SSD SATA dessa capacidade, oferecendo um ano de garantia local, então, se o teu uso envolver cópia/escrita de um número maior de arquivos, porém, a grana estiver curta, ao menos nesse quesito, esse modelo da Biostar pode ser uma alternativa a se considerar, ainda que o seu desempenho nos demais testes tenha sido bastante modesto.
E por hoje é só! Dúvidas, críticas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!
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