REVIEW da mais nova PLACA DE VÍDEO da AMD, a RADEON RX 5500 XT 8GB da GIGABYTE

Fala pessoal, beleza?

Nesse review irei analisar a GIGABYTE RX5500 XT, que é uma VGA “intermediária” usando a arquitura RDNA, introduzida pela AMD em julho de 2019 com o lançamento das Radeon RX5700 e que agora em dezembro tratou de ganhar uma representante de menor custo, que trata-se da placa que ilustra esse artigo usando o GPU Navi 14, sendo que o modelo em questão vem com 8GB de VRAM e utiliza um sistema de refrigeração dual fan.

Gigabyte RX 5500 XT Introdução

A frente da caixa trás uma ilustração de um “olho biônico” e também destaca o modelo da placa, capacidade de memória, arquitetura RDNA e o cooler Windforce, enquanto que na parte de trás, existe uma ilustração com detalhes sobre o sistema de refrigeração e requerimentos minímos para a instalação da VGA.

Ao abrir a caixa, é possível ver a placa acomodada por uma forração de espuma, que cumpre bem o papel de proteger a placa de eventuais “acidentes de percurso”. Sobre os acessórios, acompanham a placa somente um guia rápido de instalação impresso.

A GIGABYTE RX5500 XT 8GB utiliza um cooler dual-slot, dual fan, com três heatpipes e backplate. Também é bom salientar, especialmente nesses tempos em que tudo é RGB, que essa placa não possui nenhum LED ou iluminação. O comprimento da placa é de cerca de 24cm, o que não deve ser problema para a maioria esmagadora dos gabinetes disponíveis no mercado.

No espelho traseiro, a GIGABYTE optou oferecer 3x Displayport e 1x HDMI, o que é meio que o padrão para uma VGA moderna dessa faixa de preço. Para aqueles que tem monitores mais antigos apenas com entrada DVI, será necessário adquirir um adaptador HDMI -> DVI para usa-lo com essa placa.

A 5500XT utiliza apenas um conector de força de 8 pinos e possui TDP de 130W.

Antes de partir para a analise do pcb/cooler é necessário deixar claro que a GIGABYTE optou por NÃO colocar lacre em nenhum dos parafusos, o que pode ser visto logo na primeira foto desse artigo e algo que considero um ponto positivo para o fabricante, pois isso permite ao usuário “abrir” a placa para fazer a limpeza e troca do composto térmico sem se preocupar com a anulação da garantia. 🙂

Em relação ao dissipador utilizado, a GIGABYTE optou por um design com três heatpipes com contato direto para o GPU, enquanto que a refrigeração das memórias e VRM são feitas por bases integradas no dissipador principal que fazem bom contato com os componentes, como pode-se ver pelos thermal pads.

Já sobre o backplate, ele é de plástico (!!!) e como a própria descrição dele na caixa da placa diz, trata-se apenas um item estético e no máximo tem como função aumentar a rigidez torcional do pcb para o mesmo não envergar com o peso do dissipador.

Finalmente chegamos ao pcb da placa, onde podemos ver o GPU Navi 14, os quatro chips de memória GDDR6, o VRM de 6 fases para o GPU e os demais componentes.

Como disse anteriormente, o Navi 14 é o GPU que equipa a 5500XT, o mesmo é fabricado pela TSMC usando o processo 7FF, seu die possui área de 158mm², 6,4mi de transistores e em termos funcionais, a versão do GPU utilizado na 5500XT possui 1408 SP’s (22 CUs), 88 TMUs e 32 ROPs. É importante mencionar que esse GPU é compatível com PCI-E 4.0 e utiliza apenas oito lanes do PCI-E, em outras palavras, se você parar para olhar o “Bus Interface” no GPU-Z e lá estiver marcado que a placa está rodando no modo x8, não precisa se preocupar pois está tudo certo. Enfim, para aqueles que tem interesse em se aprofundar mais arquitetura RDNA, sugiro a leitura do whitepaper publicado pela AMD, que trás detalhes sobre o funcionamento da mesma.

Os chips de memória GDDR6 são os Micron D9WZX de código Micron MT61K512M32KPA-14:B, que diz que essas memórias são de 14Gbps (1750MHz efetivos) e 16Gbit.

Sobre o VRM, a GIGABYTE optou por usar o controlador PWM IR35217, que até o momento também é comum a todas 5700XT, boa parte das Vega 56/64 e até algumas Polaris. Infelizmente não existem muitas informações acerca desse CI por conta do datasheet dele estar sob-NDA, porém, o que posso dizer é que na RX5500 XT, ele é  responsável por controlar as 6 fases dedicadas ao GPU diretamente.

Os mosfets utilizados são o AON6414A (high side) e dois AON6354 (low side) por fase, sendo que os AON6414A suportam uma corrente máxima de 50A @ 25ºC e 30A @ 100ºC e possuem um Tr (tempo de subida) de 2ns e Tf (tempo de queda) de 3.5ns, o que é algo muito bom do ponto de vista das perdas de chaveamento, enquanto os AON6354 apresentam rds(on) @ Vgs = 10V de 3.3mΩ, o que é algo razoável mas que deve ser reduzido pela metade por termos dois mosfets de baixa em paralelo nesse design, resultando em decentes 1.65mΩ.

No estágio de filtragem, foram utilizados capacitores de 820uF 2.5V e indutores de 0.15uH (R15) na saída, diversos capacitores cerâmicos e um filtro LC de entrada com vários capacitores de 270uF 16V, o que me pareceu bastante satisfatório nesse sentido.

Por fim, teoricamente, para uma tensão de entrada de 12V, Vgs @ 10V, FSW (frequência de chaveamento) de 350KHz e corrente de carga de 150A, a dissipação de calor desse VRM deve ficar na casa dos 13,8W, enquanto que para uma corrente de 200A  esse valor salta para aproximadamente 20,6W, o que é algo excelente considerando a carga aplicada! 🙂

Feitas as apresentações, vamos as configurações utilizadas e aos resultados obtidos!

  • Configurações utilizadas:

CPU: AMD Ryzen 7 3800X (Obrigado AMD!)

MOBO: ASUS ROG Crosshair VII HERO

RAM: 2x8GB G.Skill Flare X 3200CL14

VGA: GIGABYTE RX5500 XT 8GB (Obrigado Terabyteshop!)

STORAGE: SSD Crucial BX300 120GB

WATER COOLER GPU: Swiftech MCW82 + Magicool 360 G2 Slim Radiator + Bomba/Reservatório integrado chinês (500L/H) + 3x San Ace 109R1212H1 (120mm x 38mm, 0.55A @ 12V)

SO/Driver: Windows 10 x64 1909 (Adrenalin 20.2.1), GPU-Z 2.29.0, 3DMark e Unigine Superposition

EQUIPAMENTOS EXTRAS: Medidor de consumo (Wattímetro, amperímetro) de tomada, basicamente um Kill-a-Watt genérico.

  • Objetivo dos testes:

Avaliar a performance da GIGABYTE RX5500 XT do ponto de vista de um overclocker, ou seja, usando benchmarks que são utilizados em cenário competitivo (HWBOT), verificar o desempenho da placa usando o cooler padrão, verificar se a solução de refrigeração de fabrica cumpre o seu papel e por fim, o seu consumo. Explicações acerca da metodologia adotada ou de como os testes foram conduzidos estão contidas nos textos que acompanham os resultados a seguir. 😉

  • Resultados:

Primeiramente, vamos ver como o sistema de refrigeração da GIGABYTE se sai. Para fazer todos esses testes, usei o Unigine Superposition no preset “4K Optimized”, que é um benchmark suficientemente longo (cerca de 3 minutos de duração) e que simula bem uma carga de “uso real” do GPU, em outras palavras, não é um “power virus” como o Furmark que estressa a VGA a níveis irreais e normalmente faz a placa entrar em throttling por comando do driver. Para todos resultados, excetuando-se os 3dmarks “competitivos”, o driver foi mantido nas configurações padrão e exceto os benchmarks competitivos, o Ryzen 7 3800X estava operando em stock com a RAM @ 3200 XMP.

  • Temperatura/FLIR:

No gráfico abaixo, temos os resultados obtidos para diferentes configurações de clock e rotação do fan, onde a temperatura ambiente no dia dos testes foi de 31.5ºC sendo essa informação de suma importância para a interpretação dos resultados e mesmo para quem quiser ter uma ideia dos deltas. A configuração em OC se refere a placa rodando @ 2000/860 1150mV aplicados pelo Wattman.

O teste em stock com fan @ 100% foi conduzido com o PL em +20%, assim como nos testes com OC, enquanto que o teste OC com fan @ 65% foi mostrar o desempenho térmico da solução enquanto mantendo um nível de ruído mais razoável para uso diário.

Gigabyte RX 5500 XT Temperaturas
Gigabyte RX 5500 XT Temperaturas

Dos resultados mostrados acima, é possível verificar que a solução de refrigeração original da placa foi capaz de entregar bom desempenho em qualquer uma das situações testadas, o que é muito bom! Apenas um adendo, o Hot Spot trata-se da “pior” leitura de temperatura dentre 64 sensores espalhados pelo die, provavelmente posicionados próximos aos “critical path” do circuito e tem limite de 110ºC fazendo o GPU dar throttling para manter a estabilidade caso exceda esse valor, enquanto que a temperatura do GPU trata-se da “temperatura de borda” a qual estamos acostumados a ver. 🙂

Também é importante ressaltar que esses testes aqui foram todos conduzidos em bancada e que a temperatura “ambiente” dentro de um gabinete tende a ser maior que a temperatura ambiente de fato, o que é um detalhe importante caso alguém venha a tentar reproduzir os resultados aqui apresentados. 😉

Para validar a temperatura das memórias e também verificar a situação do VRM, utilizei a FLIR One LT e para isso, desmontei a VGA para remover o backplate, então, diferente dos demais resultados mostrados aqui que foram obtidos com a placa ainda “lacrada”, essas termografias foram feitas após a placa ter sido desmontada. Em ambos os casos, as imagens foram capturadas no ultimo loop do Unigine Superposition e a temperatura ambiente no dia desses testes foi de 31,28ºC.

Com a placa trabalhando em stock, foi verificado uma máxima de 66ºC para o VRM, 67,5ºC para as memórias e 71ºC para o GPU, enquanto que em overclock com FAN limitado @ 65%, o VRM ficou nos 68,9ºC, 70,3ºC nas memórias e 74,2ºC no GPU. Considero esses resultados excelentes e certamente um ponto positivo para a solução de refrigeração adotada. Uma pequena observação é que nessas termográfias mostrei a temperatura de apenas um dos quatro chips de memória, porém, devo deixar claro que a temperatura dos outros três chips estavam em patamares muito semelhantes ao observado nesse chip. 😉

  • Temperatura/Frequência:

Na galeria abaixo, é possível verificar comportamento detalhado da placa em termos dos clocks e temperaturas ao longo do benchmark.

E a diferença se mostrou marginal com PL @ +20% e FAN @ 100% em stock, o que implica que essa placa nem sequer é limitada pelo TDP padrão ou mesmo temperatura, sendo que os resultados obtidos no benchmark também corroboram para essa conclusão, apresentando uma diferença apenas marginal entre as situações, conforme pode ser visto no gráfico abaixo.

Gigabyte RX 5500 XT Superposition
Gigabyte RX 5500 XT Superposition
  • Consumo:

Em relação ao consumo do sistema, a 5500XT se mostrou eficiente, apresentando números semelhantes aos da Colorful GTX1660 Super, mérito do processo de 7nm e da nova arquitetura RDNA, sendo que o sistema não excedeu a marca dos 260W nem mesmo com overclock.

Gigabyte RX 5500 XT Consumo
Gigabyte RX 5500 XT Consumo
  • Benchmarks:

E por fim, sobre os resultados obtidos nos benchmarks competitivos, fiz uso da ferramenta More Power Tool (MPT) que foi disponibilizada pelo Igor Wallossek do Igorslab e permite facilitar/automatizar o processo dos mods utilizando SoftPowerPlayTable, que basicamente trata-se de um mod usando uma entrada do registro do Windows que “engana” o Wattman, substituindo os limites máximos determinados pela bios da placa por outros a gosto do freguês. É evidente que essa modificação pode ser usada para o bem, visando tornar a placa ainda mais eficiente ajustando os limites de potência máxima, entretanto, aqui ela foi usada para praticamente remover todos os limites para obter os resultados pros rankings. De todo modo, use essa ferramenta com cautela e por sua conta e risco pois o mal uso desta pode acabar danificando a VGA. 😉

Feito isso, usando refrigeração a água foi possível esticar o GPU no Wattman até os 2140MHz com 1.35V, que na prática são 1.25V provavelmente por conta da programação padrão do controlador PWM, memórias @ 890~860 (GDDR6, multiplique esse valor por 4 para ter o efetivo), tudo isso aumentando o limite de corrente/potência máxima da placa e aplicando +99% no Power Limit. Assim consegui obter quatro ouros no ranking no HWBOT, no Fire Strike Ultra, Fire Strike Extreme, Fire Strike e Time Spy.

  • Conclusão:

A GIGABYTE RX5500 XT 8GB se mostrou uma placa bastante decente do ponto de vista construtivo, com boas escolhas naquilo que diz respeito aos componentes utilizados no VRM e dimensionamento do sistema de refrigeração, o que naturalmente resultou em temperaturas de operação completamente seguras com o VRM não atingindo nem sequer os 70ºC e GPU/Memórias não chegando aos 75ºC, o que é excelente!

Do ponto de vista do consumo, o processo de 7nm e os avanços da arquitetura Navi fizeram grande diferença em relação as Polaris 10/20/30 que em tese essa placa substitui, não superando a marca dos 260W nem mesmo com overclock, entretanto, ao tomar por base os resultados nos benchmarks competitivos e no Unigine Superposition, esse GPU ainda continua atrás da GTX1660 Super naquilo que diz respeito a Performance per W.

Em relação ao custo benefício, o último preço praticado na GIGABYTE RX5500 XT 8GB (dia 22/02/2020) foi de cerca de R$1379, o que está na mesma faixa de preço das GTX1660 Super sendo que essa oferece maior desempenho pelo preço cobrado, entretanto, se você faz questão de uma VGA AMD nessa faixa de preço, ai esse modelo da GIGABYTE certamente será uma opção a se considerar, pois como “item de hardware”, essa placa é sólida e sem dúvida alguma recomendável. 🙂

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