REVIEW COMPLETO da ASRock X570 Steel Legend

Fala pessoal, beleza?

Nesse review irei analisar a ASRock X570 Steel Legend, que basicamente trata-se da “irmã maior e mais sofisticada” da B450M Steel Legend que testei algum tempo atrás, sendo ambas pertencentes a uma linha de produtos “Gaming” intermediária com visual diferenciado e foco um pouco maior no “custo-beneficio”, no caso da placa em questão, ela trás como trunfo o suporte a PCIe 4.0, 8 portas USB 3.2 Gen2 e dois conectores M.2, como é comum as demais placas X570.

Em relação a caixa, a ASRock adotou um grafismo imitando aço e na parte de trás, temos uma foto da placa com as suas especificações com destaque a alguns features como o slot PCI-E 4.0 reforçado, VRM de 10 fases, dois M.2, painel I/O flexível e LAN Intel.

Do kit de acessórios, acompanham a placa: Quatro cabos SATA, guia de instalação, guia de software e parafusos.

A ASRock optou por usar um PCB com visual diferenciado adotando uma textura similar à aquela usada na caixa da placa e que também lembra um pouco as camuflagens militares próprias para uso na neve. Ainda sobre essa questão estética, se destacam o uso de LEDs RGB na carcaça plástica localizada próxima ao VRM e também no dissipador do chipset.

Sobre o layout da placa, ele é de forma geral bastante razoável onde é possivel destacar os dois conectores M.2 que são localizados abaixo dos slots PCI-E, porém, com dissipadores, os slots de memória com trava em apenas um dos lados, o fan do chipset que apesar de ficar parcialmente obstruido caso use um GPU dual-slot não apresentou problemas de temperatura durante os testes e os seis fans headers espalhados pela placa. Além disso, como está destacado na caixa do produto, o fabricante optou por incluir quatro debug LEDs na parte inferior da placa, algo que apesar de não ser “preciso” como os displays 7-segmentos com os códigos de post, ja é de grande valia na hora de descobrir o porque a máquina não está subindo enquanto estiver testando aquele ajuste “experimental” nas memórias. 😀

O maior “senão” fica por conta da falta de botões on/off e reset, algo que é especialmente interessante para uso em bancada e que infelizmente a ASRock decidiu por omitir nessa placa.

A X570 Steel Legend oferece oito portas SATA e três M.2 PCIe, sendo o primeira ligada ao CPU e a segunda, que é localizada logo abaixo do segundo PCI-E, ao X570. Uma observação importante é que a primeira M.2 pode operar com PCIe 3.0 ou 4.0, a depender do CPU utilizado. Vale citar também uma terceira M.2 que fica entre as duas, cuja ideia é ser usada com um módulo WiFi semelhante aos encontrados em notebooks, não oferecendo suporte a dispositivos M.2 2280 como são a maioria dos SSDs NVMe.

O codec de áudio (ALC1220) utilizado é fornecido pela Realtek enquanto que a LAN é Intel (i211AT) sendo essa combinação bastante comum de ser vista em placas high-end, mudando basicamente o restante dos componentes “auxiliares” que fazem grande diferença, por exemplo, algumas outras placas possuem um DAC integrado ou mesmo AMP-OPs na saída de aúdio, algo especialmente útil para quem utiliza headphones de maior impedância.

Sobre o espelho traseiro, temos 8 portas USB 3.X (incluindo uma USB-C), uma PS/2, LAN, saídas de vídeo HDMI/DP, painel de som com 6 conectores e lugar para instalação das antenas WiFi, já que existe uma versão dessa placa que trás o recurso integrado, o que não é o caso do modelo analisado.

Em relação ao conjunto de dissipadores, a ASRock adotou dissipadores de alumínio que apresentam bom contato com as “power stages” e utilizam parafusos para fixação. Sobre os dissipador dos M.2, trata-se de uma peça única de alumínio chamada de “M.2 Armor” que também serve de “cobertura” para o dissipador do chipset e isso pode ser um problema com alguns dispositivos M.2 que já vem com dissipador instalado de fabrica, obrigando o usuário a remover o dissipador do SSD para instalação, o que em alguns casos acarreta na perda da garantia, portanto, essa passa longe de estar entre as melhores soluções para refrigeração de dispositivos M.2 existentes, e por fim, o dissipador do X570, que assim como na maioria esmagadora das placas com esse chipset, apresenta um pequeno fan para auxiliar na dissipação de calor sendo que durante os testes, as temperaturas não ultrapassaram os 64º com operação silenciosa, entretanto, ao ligar a placa, o ruído desse fan se faz presente até a placa completar o post, o que significa que se por algum acaso as coisas ficarem quentes para o lado do X570 e o fan precisar trabalhar em sua rotaçao máxima, o nível de ruído tende claramente a aumentar.

A respeito do VRM, trata-se de um arranjo de 8+2 (VDDCR+VDDSOC) fases usando o controlador ISL69147 configurado para trabalhar com 4+2 fases, porém, usando os doublers ISL6617A localizados na parte de trás da placa para permitir o acionamento independente das oito fases. No estágio de potência, a ASRock optou por utilizar power stages Vishay SiC632 (drivers e mosfets de alta/baixa integrados em um único encapsulamento), sendo um componente desses por fase.

Do ponto de vista da potência dissipada, para uma frequência de chaveamento de 500KHz e tensão de entrada de 12.6V, a dissipação do VRM para uma carga de 50A (R5 3600/R5 2400G) fica na casa dos 5,6W, 75A (R7 3800X) na casa dos 8W, 100A (R7 2700X / R9 3900X) é de 9.6W e de 150A (R9 3950X OC em diante) de 14.4W. Esses valores são excelentes, estão dentro daquilo que é esperado para uma placa-mãe moderna usando power stages no VRM e teoricamente, essa placa não deve ter problemas nem mesmo para levar um R9 3950X com overclock, o que é ótimo! 🙂

Em relação a UEFI, interface gráfica da ASRock apresenta design muito bem elaborado, boa organização e usabilidade, sendo muito semelhante a da B450M Steel Legend nesse sentido…

…Dos ajustes de tensão principais, o CPU Vcore Voltage vai até 2.5V (!!!) no modo “override”, o VDDSOC (VDDCR_SOC Voltage) vai até 1.8V no “override”, a tensão das memórias (DRAM Voltage) vai até 2.2V, o ajuste de LLC possui 5 níveis sendo o primeiro dele o maior deles.

Caso alguém tenha interesse, segue o link para site do fabricante, onde consta as especificações do produto. Vamos então as configurações utilizadas e resultados!

Configurações utilizadas

CPU: AMD Ryzen 7 2700X / AMD Ryzen 5 3600 / AMD Ryzen 7 3800X (Obrigado AMD!)

MOBO: ASRock X570 Steel Legend (BIOS: P2.30 – Obrigado Terabyteshop!)

VGA: GIGABYTE RX5500 XT 8GB (Obrigado Terabyteshop!)

RAM: 2x8GB DDR4 G.Skill Flare X 3200CL14 / 2x8GB Crucial Ballistix LT 3200 CL16

REFRIGERAÇÃO: Watercooler custom e Pasta térmica GD900

STORAGE: SSD Crucial BX300 120GB

EQUIPAMENTOS EXTRAS: Termômetro digital genérico.

Software utilizado: Windows 10 x64 build 1909, AIDA64 6.20.5300, TM5 0.12 v3, HWiNFO 6.24 e Geekbench 3.4.2.

Objetivo dos testes

O objetivo desse artigo é verificar o quão bem a ASRock X570 Steel Legend se sai naquilo que diz respeito a overclock de memória e testar a performance térmica da placa em condições de stress usando o Ryzen 7 2700X e Ryzen 7 3800X.

Explicações acerca da metodologia adotada ou de como os testes foram conduzidos estão contidas nos textos que acompanham os resultados a seguir.

Resultados – Frequência das memórias

O primeiro passo aqui foi testar até onde a ASRock X570 Steel Legend conseguiria ir em termos de overclock de memória devido ao já conhecido impacto que isso trás no desempenho dos Ryzen. Para isso, optei por usar o Ryzen 7 3800X e também o Ryzen 7 2700X para verificar o limite dessa placa usando o processador “antigo”. Como os Ryzen de terceira geração apresentam melhor desempenho enquanto usando MCLK:FCLK:UCLK em 1:1:1, o objetivo aqui foi verificar se essa placa-mãe da conta de chegar nos 3733MHz 1:1 com estabilidade, sendo essa um bom “alvo” para uso diário e também dar uma “brincada” para achar o limite para uso em benchmark.

Dessa forma, utilizei ajustes de subtimings manuais bastante parecidos com aqueles que apresentei nesse e nesse review e também utilizei o TM5 para atestar a estabilidade do overclock. A X570 Steel Legend foi capaz de chegar nos 3733MHz estáveis com ambos kits de memória, como também foi conseguiu 3600MHz com 32GB de RAM (limitados pelo meu exemplar de R7 3800X). Relativo a brincadeira com ajustes para uso em benchmark, também foi possível completar uma run do GB3 com as Crucial Ballistix operando a “módicos” 4533MHz CL16 e 1.8V, o que é uma boa marca para essas memórias.

Apenas para constar, foi possível carregar o sistema normalmente com 32GB de RAM @ 3733MHz com o R5 3600, entretanto, mesmo com esse CPU não foi possível completar o TM5 sem erros nessas condições, porém, isso é um indício de que essa não é uma limitação da placa-mãe e sim dos CPUs que disponho.

VRM e temperatura de operação

Para verificar a temperatura dos circuitos de alimentação, instalei um termopar com um thermal pad grudento na parte de trás da placa, logo atrás do VRM devido ao fato de ali ser um “hot spot”, basicamente algo muito parecido com o que o Buildzoid fez nesse vídeo. Apenas para constar, essa placa oferece uma leitura da temperatura do VRM, entretanto, a diferença apresentada entre esse sensor e o termopar chegou a 10ºC a menos para o sensor enquanto usando o 2700X e cerca de 6ºC com o 3800X, o que é considerável.

Para a obtenção desses resultados foi utilizado o kit Crucial Ballistix LT 3200CL16 @ XMP, para o R7 2700X em overclock a frequência aplicada foi de 4100MHz com 1.34V e VDDSOC @ 1.1V e para o R7 3800X, foi de 4350MHz 1.375V e VDDSOC também em 1.1V. Como de praxe, utilizei o stress test do AIDA64 em suas configurações padrão durante 30 minutos e após isso, registrei as leituras do gráfico abaixo, que se refere ao delta de temperatura (delta = temperatura obtida no termopar – temperatura ambiente).

Como era de se esperar tomando por base os números teóricos, a X570 Steel Legend foi muito bem aqui e mesmo no pior caso (R7 2700X OC) o delta ficou nos 42.8ºC, enquanto que com o R7 3800X OC nem sequer chegou aos 30ºC, o que são marcas excelentes que claramente denotam que nesse departamento, essa placa apresenta grande margem! 🙂

Conclusão

Diantes dos testes e resultados apresentados, foi possível chegar nos seguintes pontos:

  1. A ASRock X570 Steel Legend se saiu muito bem nos testes, apresentando números sólidos no que diz respeito ao overclock de memória, onde conseguiu rodar sem problemas 16GB B-Die @ 3733MHz CL16, 32GB B-Die @ 3600MHz CL16 (limitação do CPU aqui) e 16GB E-Die @ 4533MHz CL16 e também no desempenho térmico do VRM, cujo delta não chegou nos 43ºC nem mesmo no pior caso (R7 2700X OC), o que sem dúvida é algo excelente!
  2. Do ponto de vista de layout e recursos oferecidos, a ASRock X570 Steel Legend não é uma unanimidade, pois se em alguns pontos ela vai bem, como por exemplo, o número de fan headers disponíveis é satisfatório assim como a sua distribuição pela placa, o cooler do X570 cumpre o seu papel, mantendo a sua temperatura em níveis aceitáveis (na casa dos 60ºC), a LAN integrada e a UEFI apresenta interface/usabilidade decente, ela também escorrega em outros, como por exemplo, nas M.2 posicionadas logo abaixo do slot PCI-E e pelo design da tal “M.2 Armor”, que por ser uma peça inteiriça pode acabar complicando a instalação de SSDs M.2 que já possuem um dissipador de fabrica, requerendo que o usuário os remova para instalação, algo que pode acabar por anular a garantia desses SSDs dependendo da política de garantia do fabricante.
  3. Em relação ao preço, nesse exato momento (29/04/2020) a ASRock X570 Steel Legend se encontra em promoção na Terabyteshop com preço de R$1489,00, o que apesar de não ser um valor ruim se comparado a diversas outras opções de placas X570 disponíveis no mercado, inclusive algumas delas claramente inferiores no que diz respeito a qualidade de construção e componentes utilizados, também existem concorrentes com qualidade de construção bastante similar por um valor menor e que inclusive contam com reviews já publicados aqui no site, então, a não ser que o RGB e o design da X570 Steel Legend sejam indispensáveis, também recomendo dar uma olhada nas demais opções.

E por hoje é só! Dúvidas, críticas e sugestões são bem-vindas! Até a próxima!

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