Analise Completa do Gráfico Integrado Intel Xe UHD 750

Fala pessoal, tudo bem?

No artigo do i5 11400F, também fiz uma breve introdução a respeito das novidades do “Rocket Lake”, onde basicamente quase tudo é novo, ou quase isso, exceto o socket e o processo de fabricação, porém, cabe destaque ao vídeo integrado baseado na arquitetura Xe, a qual também é utilizada nos Tiger Lake e na DG1, que se trata da primeira GPU dedicada Intel em décadas!

Essa arquitetura deve servir de base para produtos muito mais ambiciosos, como a GPU Ponte Vecchio, que é baseada na arquitetura Xe-HPC e a princípio, deve equipar o super computador “Aurora”, as Xe-HP, que devem chegar aos datacenters com designs baseados em 1,2 ou 4 tiles, ou chiplets se assim preferir, e por fim, a Xe-HPG, que é a aposta da Intel para concorrer por mais um espaço na sua “rig” de mineração gamer, competindo com AMD e NVIDIA no segmento de placas gráficas com as Intel DG2, que segundo dizem os rumores, devem chegar ao mercado no final desse ano ou começo de 2022.

Evidentemente, essa é uma tarefa hercúlea, pois além do desenvolvimento do hardware, é necessário investimento massivo no desenvolvimento de drivers, trabalho junto aos devs e etc, porém, como eles já vêm oferecendo produtos integrando a arquitetura Xe, ainda que em versões “reduzidas” com foco em baixo consumo, é pensado que de alguma forma, esse trabalho já vem sendo realizado.

In January 2021, Intel announced the addition of the first Xe-based graphics cards designed for mainstream PCs and small- and medium-size businesses. (Credit: Intel Corporation)

Então, unindo o útil ao agradável, que tal testar o vídeo integrado Xe do “Rocket Lake” para ver como vai à Intel com seu vídeo integrado? Será que dá para jogar algo com isso? É o que veremos nesse artigo!

A variante utilizada é a UHD 750, que equipa a maior parte dos “Rocket Lake”, onde os i5 11400 usam a UHD 730, com alguns SP’s a menos. Esse vídeo integrado possui suporte a DX12.1, Quick Sync e tudo mais, porém, apresenta apenas 32 EUs, 16 TMUs e 8 ROPs trabalhando a 1300MHz, o que deve implicar em desempenho bastante modesto.

Por ser novidade para muita gente, é relevante dar uma olhada no que a Intel aprontou para os seus drivers, no caso, ele acompanha um “painel de controle” chamado “Intel Graphics Command Center”, que permite ajustar uma série de opções relacionadas a exibição de imagem, “displays”, reprodução de vídeo e desempenho, onde o número de opções de desempenho disponíveis são bastante limitados, se resumindo ao “Adaptative Tessellation”, que promete jogar uns triângulos fora, melhorando o desempenho dos jogos que usem o recurso, ainda que sacrificando qualidade de imagem, Smart Vsync e o Retro Scaling, que é uma espécie de filtro que reduz blur em jogos com visual “retrô”, baseados em pixels.

Antes de partirmos para os resultados, é necessário mencionar que foram encontrados alguns problemas de renderização no SOTTR usando a API DX12, algo que pode ser visto claramente nas capturas de tela abaixo e que não ocorreu em DX11, onde, além disso, o referido jogo sempre apresenta uma mensagem de erro ao inicia-lo pela primeira vez, bastando rodar novamente para tudo fluir normalmente.

Também foi observado problemas no frametime no CS:GO utilizando as resoluções de 1080p e 720p, o que pode ser visto no vídeo da “live”, contudo, em 768p esse problema não se manifestou, o que é estranho, mas relevante de se mencionar, afinal, vai que tem alguém tentando jogar CS:GO nesse vídeo integrado e também está com esse problema?

  • Configurações utilizadas

CPU: Intel i7 11700K (Obrigado Terabyteshop!)

MOBO: ASUS TUF Z490-Plus (Obrigado Terabyteshop – Bios 9008 BETA)

VGA: Intel UHD 750

RAM: 2x8GB G.Skill Flare X 3200 CL14

REFRIGERAÇÃO: Water cooler custom e pasta térmica GD900

STORAGE: SSD Netac 240 GB e Kingston A400 960 GB

FONTE: Antec Quattro 1200W

Software e drivers utilizados: Windows 10 x64 build 21H1, driver de vídeo Intel 30.0.100.9667, CapFrameX

Objetivo dos testes: Aferir o desempenho do vídeo integrado UHD 750 em uma série de benchmarks e jogos, com diferentes configurações de frequência de memória, ring e GPU com o intento de verificar o quanto essa arquitetura pode se beneficiar com overclock e memórias rápidas.

Maiores detalhes estão contidos nos textos a seguir.

  • Benchmarks
  • No CS GO, foi utilizado o mapa de FPS Benchmark com o jogo rodando no Low, pois quem joga isso de forma competitiva sacrifica os detalhes em detrimento de roda-lo com a maior taxa de quadros possível visando diminuir ‘input lag’. Alguns até baixam a resolução para 720p ou menos, mas aqui foi usado 768p, conforme pode ser visto nos screenshots abaixo, por conta dos problemas com frametime em 1080p e 720p, algo que pode ser visto no vídeo da livestream, onde curiosamente, o problema não se manifestou em 768p.
  • Para o GTA V e SOTTR, em ambos os jogos foram utilizadas as ferramentas de benchmark inclusas, entretanto, no GTA V foi usada apenas a “pass 4”, que é aquela que começa com o caça passando por baixo da ponte e CapFrameX para posterior análise do frametime, enquanto o SOTTR simplesmente usei o resultado gerado pelo próprio jogo. Abaixo estão as configurações gráficas utilizadas para obtenção desses números:
  • Por fim, o 3DMark Fire Strike foi incluso por ser um benchmark sintético que costuma escalar bem em condições onde a GPU é limitada por banda, por isso, é útil para verificar os benefícios de se fazer overclock nas memórias enquanto usando a UHD 750.

Resultados:

Antes dos resultados, é necessário alguns esclarecimentos a respeito da UHD 750 e de como os testes foram realizados:

  1. Overclock na IGPU: Usando refrigeração a água, foi possível ao menos completar benchmarks com a UHD 750 rodando a 1700MHz com tensão acima dos 1.4V, o que definitivamente não deve ser recomendável para uso diário. Para os testes abaixo, foi utilizado um ajuste em 1600MHz com 1.35V e conforme o HWiNFO, a temperatura da iGPU nunca excedeu os 50 °C em load, o que parece razoável, porém, não existe, ou ao menos não encontrei, nenhuma documentação ou outros artigos mencionando qual a margem de segurança na tensão do vídeo integrado, então, se for fazer overclock nessa parte do seu “Rocket Lake”, fique por sua conta e risco!
  2. BIOS: Na última versão pública disponível para a TUF Z490-PLUS (UEFI 2401), o ajuste de frequência do vídeo integrado está quebrado, tanto indo pela bios quanto pelo software XTU. Ao reportar o problema para a ASUS, eles forneceram uma bios BETA com esse ajuste funcional, então, se forem fazer overclock na GPU integrada usando uma placa ASUS e encontrarem problemas com o ajuste, logo deve aparecer alguma atualização de bios resolvendo essa “treta”.
  3. Frequência da memória: Partindo do padrão (3200 MHz), foi ajustada a frequência até o máximo possível usando “Gear 1”, que no caso dessa CPU, foi 3866 MHz.

Sobre os resultados, a UHD 750 mostra ganhos de desempenho bastante apreciáveis ao subir a frequência da memória de 3200 MHz para 3600 MHz, apresentando ganhos bem mais modestos com a otimização dos timings ou mesmo subindo até os 3866 MHz, de maneira que da para se dizer que o “ponto ótimo” de operação do ponto de vista do rendimento do vídeo integrado, foi nos 3600 MHz.

Curiosamente, fazer overclock no “Ring Bus”, que é o barramento interno que conecta todos os blocos funcionais e também representa a frequência de funcionamento do cache L3, de 3900MHz para 4400MHz terminou com ganho nulo, zero, nada, o que de certo modo surpreendeu, pois, era de se esperar algum ganho, ainda que menor do que o do overclock das memórias, o que acabou não acontecendo.

Agora, os ganhos de desempenho foram expressivos ao subir a frequência do vídeo integrado e das memórias simultaneamente, em uma espécie de ajuste “tudo o que dá”, que aparenta ser viável para uso diário, onde o ganho nas médias oscilou entre 29.3% e 41.93%, melhorando consideravelmente a experiência com a UHD 750.

Por fim, caso alguém tenha interesse em saber como esse vídeo integrado se sai em relação a Vega 6 do Ryzen 3 PRO 4350G, é só dar uma olhada nesse artigo, onde fica bem clara a extensão da diferença de desempenho entre às duas soluções, onde a Vega 6 apresenta desempenho satisfatório em 1080p sacrificando qualidade de imagem, enquanto a UHD 750 precisa reduzir a resolução para 768p nesses mesmos jogos.

  • Conclusão:

A respeito da qualidade dos drivers e da funcionalidade, o painel de controle da Intel é satisfatório no que diz respeito as opções de exibição de imagem, “displays” e reprodução de vídeo, deixando um pouco a desejar na parte de ajustes relacionados ao desempenho, oferecendo muito pouco nesse sentido. Também foram encontrados alguns “bugs” como mensagens de erro ao executar o SOTTR, erros na renderização em DX12 e frametime inconsistente em determinadas resoluções no CS:GO, muito provavelmente por questões relacionadas aos drivers.

Sobre o desempenho, como era de se esperar pelas suas especificações, ele é bastante modesto, suficiente para jogar alguns títulos mais leves como os de “e-sports” e mais alguns outros em resoluções mais baixas, como 768p e menor nível de detalhes. A UHD 750 apresentou ganhos razoáveis ao fazer overclock nas memórias, escalando bem até os 3600 MHz, porém, foi ao fazer overclock no vídeo integrado, subindo sua frequência para 1600MHz, que a vantagem de verdade apareceu, apresentando uma melhora na média de quadros que variou entre 29.3% e 41.93% dentre os jogos testados, melhorando consideravelmente a experiência de uso.

Apesar de não ter comparado diretamente a UHD 750 com as soluções de vídeo integrado da AMD, é possível inferir com base nos testes realizados nos artigos relativos aos Ryzen com vídeo integrado que foram aqui publicados, que o desempenho da UHD 750 ainda está aquém da Vega 6 que equipa o Ryzen 3 PRO 4350G, porém, é necessário deixar claro que muito disso se deve a desvantagem no processo de fabricação da Intel, que os forçou usar uma variante mais modesta do seu IGP, de forma que a real “disputa” se dará com o lançamento das Intel DG2, que realmente nos dirá para o que a arquitetura Xe veio.

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