Athlon 3000G – Apresentação, testes e overclock

Fala pessoal, beleza?

O dia 7 de julho de 2019 foi marcado pelo lançamento de diversos produtos da AMD, como por exemplo, as GPUs 5700XT/5700 que marcaram a estréia da arquitetura Navi e os Ryzen de terceira geração, onde o principal destaque ficou por conta dos CPUs 7nm sem vídeo integrado conhecidos pelo codenome “Matisse”, entretanto, também foram lançadas versões revisadas das APUs “Raven Ridge”, agora conhecidas pelo codenome “Picasso” e que trouxeram como novidade o processo de fabricação em 12nm, maiores frequências de funcionamento e o IHS que passou a usar solda como interface térmica.

De todos esses produtos, ainda faltava uma atualização para linha “Athlon”, que hoje em dia representa os produtos de entrada da AMD, porém, em novembro foi anunciado o Athlon 3000G que ao menos no papel trás praticamente as mesmas especificações do Athlon 200GE, em outras palavras, trata-se de um CPU dual core com SMT ativo, vídeo integrado Vega 3, entretanto, em relação a este houve um incremento na frequência do CPU e do GPU, que no 3000G passaram a trabalhar @ 3.5GHz e 1.1GHz respectivamente, e por fim porém não menos importante, agora esse CPU é oficialmente desbloqueado para overclock! 😀

Enquanto que no papel as diferenças se resumem as frequências de funcionamento e os multiplicadores oficialmente destravados, “por baixo dos panos”, a coisa foi muito mais “drástica” pois como mencionei anteriormente no artigo do Athlon 200GE, esses chips eram idênticos às APUs maiores (2200G/2400G) só que com boa parte do die desabilitada, porém, no caso do 3000G, trata-se realmente de outro die menor que nativamente é um dual core Zen+ com IGP Vega 3.

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Na foto abaixo, é possível ver um desses CPUs após ter sido realizado o delid, onde olhando para o IHS, é possível ter uma noção do quão menor é esse novo die em relação ao antigo e obviamente, esse CPU continua não usando solda como interface térmica, tanto por uma questão de custos quanto da falta de necessidade, afinal de contas, o TDP desse chip é bastante baixo (35W).

Em relação ao cooler que acompanha o processador, trata-se de um pequeno dissipador de alumínio aletado com um fan de 70mm sendo esse exatamente do mesmo modelo usado pelos Athlon 2X0GE e até pelos antigos Athlon II/Sempron baseados na arquitetura K10. Na galeria abaixo, é possível ver essa peça e também para fim ilustrativos, uma foto comparativa com o Wraith Prism. 🙂

Por fim, antes de passar para as configurações utilizadas e os resultados obtidos, segue o link para a página do produto no site do fabricante.

  • Configurações utilizadas:

CPU: AMD Athlon 3000G (Obrigado Terabyte!)

MOBO: Biostar B350GTX (Obrigado Terabyte!)

VGA: Video integrado (Vega 3)

RAM:  2x8GB Crucial Ballistix LT 3200 CL16

REFRIGERAÇÃO: Cooler stock

STORAGE: SSD Crucial BX300 120GB

Software utilizado: Windows 10 x64 build 1909, AIDA64 6.20.5300, HWiNFO 6.10, CPU-Z 1.91, Cinebench R15/R20, Geekbench 3.4.2, Geekbench 4.4.2, CS:GO, League of Legends (Patch 10.6), FRAPS

  • Objetivo dos testes:

Chegar em uma configuração de overclock estável para uso diário enquanto usando o sistema de refrigeração original e rodar uma bateria de testes comparando com os resultados obtidos para esse CPU rodando com suas configurações padrão de fabrica (stock) e também com overclock. Explicações acerca da metodologia adotada ou de como os testes foram conduzidos estão contidas nos textos que acompanham os resultados a seguir.

  • Resultados:

Primeiramente, para os resultados na configuração original de fábrica, decidi por usar as Crucial Ballistix LT 3200 rodando com os timings do XMP porém com frequência de 2667MHz, que é a máxima oficialmente suportada por esse CPU e também algo que “economicamente” faz sentido, afinal de contas, trata-se de um CPU de baixo-custo onde muito provavelmente o comprador irá optar por memórias mais acessíveis como os modelos 2400MHz~2667MHz que costumam aparecer com bons preços.

Em relação aos resultados no overclock, foi possível obter 3.9GHz do CPU com cerca de 1.38V (+0.080V de offset) e 1600MHz 1.175V no GPU, enquanto que para as memórias, simplesmente optei por usar os 3200MHz XMP padrão, que novamente, costumam ser meio que um limite “fácil” de se obter em memórias de baixo-custo ou vendidas com valor promocional, claro, isso tomando por base os modelos que já passaram por minhas mãos. 🙂

Relativo a placa-mãe, optei pela Biostar B350GTX por ser um modelo com excelente proposição de valor e que casaria bem com o Athlon 3000G. Uma observação que faço é que não consegui fazer esse CPU funcionar em nenhuma das X570 que tenho a minha disposição (ASRock X570 Steel Legend e ASUS TUF X570-PLUS/BR), então, caso pretenda usar um monstrinho desses provisoriamente em uma X570, pesquise antes se existe compatibilidade com esse processador.

Sobre os benchmarks 2D, escolhi aqueles que são tradicionalmente utilizados no meio competitivo (leia-se HWBOT) pois pretendo participar, ou ao menos tentar, da Cheapaz Chips desse ano e com isso, para um artigo futuro, pretendo explorar o overclock nesse CPU de maneira um pouco mais extrema e quem sabe usar os números desse artigo como referência. De todo modo, optei pelos seguintes benchmarks: CPU-Z 1.91, Cinebench R15/R20 e Geekbench 3/4.

Nos benchmarks “multi thread”, o ganho médio da configuração com overclock em relação ao “stock” foi de 11.91%, enquanto que nos “single thread” foi de 13.36%. São ganhos consideráveis e um pouco acima do incremento de frequência do CPU (11.43%) muito provavelmente por conta da frequência de memória/IF também ter sido aumentada com o overclock e como bem sabemos, isso faz uma diferença considerável nos CPUs Zen/Zen+, como é o caso.

Dos testes 3D, selecionei dois jogos bastante populares e com grande cenário de E-Sports, que são o CS:GO e o League of Legends.

  1. No CS:GO, usei o mapa de FPS Benchmark com o jogo rodando tanto em 1080p Low quanto em 720p Low, pois quem joga isso de forma competitiva sacrifica os detalhes em detrimento de rodar o mesmo com a maior taxa de quadros possível visando diminuir input lag.
  2. Para o League of Legends, utilizei o FRAPS para gravar os logs dos 10 primeiros minutos de duas partidas (uma para stock e outro para overclock) no modo ARAM, que foi minha opção em detrimento dos outros modos ou mapas por conta de que o combate entre as equipes costuma ser constante e de quebra as quedas também tendem a ocorrer com mais frequência, de todo modo, por se tratar de um jogo online, existem as óbvias diferenças entre as duas partidas, entretanto, ainda é possível ter ao menos uma noção do quão bem o jogo está fluindo. A resolução utilizada foi 1080p com o preset “Muito Alto”.

Em ambos os casos, as diferenças do overclock no 3000G foram dramáticas com os ganhos apresentados excedendo os 30% em ambos os jogos, em outras palavras, se a idéia for jogar utilizando o vídeo integrado nesse CPU e o hardware permitir, faça overclock!!! De todo modo, ambos os jogos são perfeitamente jogáveis nesse CPU mesmo na configuração padrão de fabrica.

  • Temperatura e consumo:

Em relação a temperatura e consumo, o Athlon 3000G com overclock apresentou média de 74,03ºC (temperatura ambiente de 30.5ºC) após 30 minutos rodando o teste de estresse do AIDA64 registrados usando o HWiNFO para gravar o log, enquanto que o consumo da máquina aferidos diretamente na tomada não excedeu os 86W nessa mesma condição, em outras palavras, a solução de refrigeração padrão dá conta do recado de manter as temperaturas sob controle mesmo em overclock e o consumo da máquina se mostrou bastante modesto e uma fonte de 300W, ou mesmo menor caso consiga encontrar, de boa qualidade já resolvem a situação. Do ponto de vista do VRM da mobo, qualquer placa-mãe AM4 deve suportar o Athlon 3000G e ainda oferecer margem para overclock (caso o modelo suporte) sem necessidade de se preocupar com essa parte.

  • Conclusão:

O Athlon 3000G se mostrou uma alternativa competente para máquinas de baixo-custo, incluindo aqueles que pretendem usa-lo para jogar alguns títulos bastante populares e com forte apelo de “E-Sports”, oferecendo desempenho razoável pelo preço (R$294.93 na Terabyteshop – 22/03/2020) aliado a possibilidade, agora oficial, de se fazer overclock tanto na CPU quanto na GPU integrada, prática que mostrou-se muito interessante pois o ganho de desempenho nos jogos testados foi acima dos 30% e isso apenas utilizando o cooler que acompanha o processador, portanto, sem necessidade de investimentos extras.

No que diz respeito a temperatura e consumo, mesmo com overclock, o Athlon 3000G se mostrou bastante frugal não chegando nem perto de exceder a marca dos 100W em carga e isso com a temperatura abaixo dos 75ºC, marcas muito boas considerando o diminuto cooler original.

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